Crítica | 47 Ronins

Belos efeitos especiais e 3D não conseguem salvar filme fraco...
Belos efeitos especiais e 3D não conseguem salvar filme fraco...

Título Original: 47 Ronin
Lançamento: 31 de Janeiro de 2014
Gênero: Ação, artes marciais.
Elenco: Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada,Tadanobu Asano, Kô Shibasaki.
Direção: Carl Erik Rinsch.
Nota:

Adaptando uma das mais conhecidas lendas japonesas, 47 Ronins conta a história de Kai (Reeves), um mestiço que vive em Ako desde quando era garoto, sempre sob a proteção do lorde Asano (Min Tanaka). Entretanto, por mais que habite o local há muitos anos, ele nunca foi aceito por Oishi (Hiroyuki Sanada), o chefe dos samurais. Um dia, o shogun Tsunayoshi (Cary-Hiroyuki Tagawa) visita Ako e leva consigo o lorde Kira (Tadanobu Asano), que possui um pacto secreto com uma feiticeira (Rinko Kinkuchi). Juntos, eles tramam contra Asano e fazem com Oishi caia em desgraça. Um ano depois, Mika (Ko Shibasaki), a filha de Asano, está de casamento marcado com Kira. É o suficiente para que Oishi procure a ajuda de Kai, que sempre nutriu um forte sentimento por ela.

Essa premissa tinha tudo pra dar certo, como aconteceu com diversas produções japonesas em torno da lenda, mas o roteiro não consegue segurar o espectador e, apesar de trazer um enredo interessante, o filme é mal contextualizado e alguns problemas na progressão da história acabam por danificar toda a obra. Começando pela atuação de Keanu Reeves, que foi uma das piores da sua carreira. Seu personagem, Kai, não mostra nenhuma carisma e o ator parece não estar muito à vontade em suas cenas mais pesadas de batalhas. Fato este, que possivelmente tem a ver com a péssima direção de Carl Erik Rinsch, que não soube comandar bem seu elenco.

Mesmo assim, o elenco de suporte consegue trabalhar com o melhor que tem. Desde a inocência e sensibilidade de Mika (Kô Shibasaki) até a impetuosa e selvagem feiticeira interpretada belamente por Rinko Kikushi, que sempre rouba a cena. Mesmo assim, é quase impossível torcer e, até mesmo, se simpatizar com os Ronins, que deveriam ser os heróis do longa. Não há tempo nem qualidade em cena para que gostemos deles. O curioso é ver que o ator Rick Genest (conhecido como Zombie Boy) fez parte dos principais materiais de divulgação do filme - presente em cartazes, trailer e várias ações de marketing. Mas aparece por menos de um minuto e sua presença torna-se meramente insignificante. As cenas em que Genest aparece nos trailer foram deletadas do resultado final, o que é uma pena, já que muito poderia ser aproveitado do seu visual. Só nos resta esperar por uma versão estendida no lançamento em DVD.

Todo o universo do Japão do século XVIII não seria tão bem representado se os cenários e efeitos especiais não fossem bem produzidos. Mesmo que não salve o filme, a produção está ótima, e seus monstros e objetos de feitiçaria estão críveis. O CGI trabalhado no filme merece destaque (até porque 175 milhões de dólares teriam de ser utilizados em alguma coisa), mesmo que nem sempre esteja ótimo.

Os efeitos tridimensionais, infelizmente, estão péssimos. Esperava-se um belo trabalho na tecnologia, pelo que se pôde ver em seus trailers e clipes de divulgação em 3D, mas não há profundidade alguma, nem mesmo detalhes sobressaindo da tela.

Complementando de forma ilimitada uma das lendas mais vivas do Japão, Hollywood prova, mais uma vez, que não deveria mexer em obras já conceituadas, principalmente quando se tem diversos outros ótimos filmes que lidem com o tema. 47 Ronins poderia ter sido bem melhor explorado nas mãos de um diretor mais cuidadoso, mas acabou sendo apenas mais uma forma de entretenimento vago. O ingresso vale apenas pelo visual e suas lutas bem coreografadas. Mas, nem isso salva o filme de sua falta de personalidade.
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