Crítica | Rio 2

Visual compensa roteiro fraco...
Visual compensa roteiro fraco...

Título Original: Rio 2
Lançamento: 27 de março de 2014
Gênero: Animação.
Elenco original: Anne Hathaway, Jesse Eisenberg, Jamie Foxx, Andy Garcia, Jemaine Clement, Rodrigo Santoro, George Lopez.
Direção: Carlos Saldanha.
Nota:

No filme, Blu (Jesse Eisenberg) vive feliz no Rio de Janeiro ao lado da companheira Jade (Anne Hathaway) e seus três filhotes, Carla (Rachel Crow), Bia (Amandla Stenberg) e Tiago (Pierce Gagnon). Seus donos, Linda (Leslie Mann) e Túlio (Rodrigo Santoro), estão agora na floresta amazônica, fazendo novas pesquisas. Por acaso eles encontram a pena de uma ararinha azul, o que pode significar que Blu e sua família não sejam os últimos da espécie. Após vê-los em uma reportagem na TV, Jade insiste para que eles partam para a Amazônia. Blu inicialmente reluta, mas acaba aceitando a ideia. Assim, toda a família parte em uma viagem pelo interior do Brasil rumo à floresta amazônica sem imaginar que, logo ao chegar, encontrarão um velho inimigo: Nigel (Jemaine Clement) - e  conhecerão um ainda maior.

Com um enredo deste, espera-se que, no mínimo, tenhamos um ótimo visual e este é o ponto positivo do filme. Com um belíssimo trabalho na parte gráfica e excelente construção tridimensional, somos apresentados à beleza da selva amazônica, com todos os seus detalhes incríveis. É interessante a maneira como mais características brasileiras foram exploradas, como a diversidade e grandiosidade da nossa Amazônia e o réveillon único do Brasil na Copacabana. Mas Saldanha peca ao desejar inserir mais que isso, apresentando, por exemplo, uma sequência risível em que araras jogam uma partida de futebol em uma batalha territorial. É claro que no país do futebol não poderíamos deixar de ver isso, mas soou realmente estranho - mesmo que agrade o público infantil.

Sendo assim, o filme preocupa-se muito mais em mostrar a riqueza do país, esquecendo de apresentar uma trama bem sustentada. Não que isso seja péssimo para o desenvolvimento da história (que já era limitada), mas já se torna um ponto negativo para os pais que desejam conferir o lançamento com seus filhos. Mesmo com alguns diálogos fúteis e trama fraca, as piadas funcionam e todo o visual compensa. Os novos personagens também surpreendem e acabaram ficando melhores que os protagonistas - destaque para Gabi, uma rã venenosa que é ajudante e apaixonada pelo vilão Nigel, e sua sequência musical bem profunda e interessante.

A trilha sonora é tão boa quanto a do primeiro longa e Carlinhos Brown e Sergio Mendes novamente inserem muito do samba nela, com batidas fortes emocionantes. Pra quem não curte muito o gênero, pode soar irritante algumas vezes, mas são os números musicais que salvam algumas cenas...

O final, aliás, mostra uma força incrível de perseverança e determinação dos personagens e critica a atual situação das matas nacionais. E Rio 2, afinal, é um filme divertido para o público infantil e traz consigo uma vasta gama de homenagens à terra do samba - com um visual impecável... Mas está longe de ser uma ótima animação e seu roteiro infelizmente é fraco. Carlos Saldanha poderia ter feito uma das maiores animações da década se tivesse cuidado mais com o seu texto.
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