Crítica 2D | Lucy

Ação e ficção-científica caminham de mãos dadas

Título Original: Lucy

Lançamento: 28 de agosto de 2014

Gênero: Ação, Ficção Científica.

Elenco: Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi, Analeigh Tipton.

Direção: Luc Besson.

NOTA:

Desde o início da pré-produção, Lucy chamou atenção por ter Scarlett Johansson como protagonista de um projeto de ação ousado. O que muitos não sabiam, é que o filme tem muito mais à mostrar do que apenas uma mulher exibindo suas curvas e habilidades em combate. A história de Luc Besson é recheada de vários elementos da ficção científica. Tudo nela soa como algo real e sua protagonista traz um realismo humano muito além do que estamos acostumados em ver nos filmes de ação.

Johansson revela força e carisma ao interpretar uma quase sedutora mulher que se vê obrigada à transportar uma nova droga em seu corpo, o que dá errado quando ela acaba absorvendo o produto e começa a adquirir a capacidade de utilizar porcentagens maiores de seu cérebro. A explicação de sua nova habilidade traz Morgan Freeman como um estudioso que busca respostas sobre a capacidade humana. Segundo a sua tese, o ser humano é capaz utilizar apenas 10% da capacidade cerebral e, se atingisse um certo grau de porcentagem, seria capaz de fazer coisas inimagináveis.

Assim acontece com Lucy. Telecinese, ausência de dor, inteligência fora do comum e outros super-poderes são algumas das habilidades que vemos a protagonista alcançar enquanto consegue utilizar cada vez mais sua capacidade mental. Com isso, a vingança - meio clichê, é claro - concretiza-se no melhor estilo clássico da ação e adiciona um ponto sombrio e especialmente inovador à trama: uma ficção científica que muitos outros filmes desejaram ter.

E não é só o roteiro que brinda o espectador com diálogos interessantes e enredo bem amarrado. A direção de arte e fotografia dão um show à parte. Com uma qualidade incrível, Besson nos transporta para outras dimensões da Terra ao comparar algumas das motivações atuais com alguns acontecimentos do passado - como quando faz uma simples comparação entre o fóssil da fêmea Lucy de 3,2 milhões de anos, com a atual superioridade da Lucy contemporânea. Existe um espelho em tudo que somos apresentados, como se o diretor quisesse equilibrar as cenas e nos fazer refletir sobre cada uma delas, de maneira bem científica. Temos também uma narrativa ousada sobre o tempo e espaço, que pouco relacionado com filmes do gênero, é utilizado de maneira brilhante.

Ambicioso, empolgante, eletrizante e profundamente humano, Lucy é um dos filmes mais bem trabalhados da temporada. Besson não só nos entrega um grande filme de ação, como também questiona a capacidade humana e mostra a evolução através dos anos. O diretor, que não apresentava nada de grande destaque desde O Quinto Elemento (1997), finalmente produz algo à altura de seu maior sucesso e novamente mostra o poder que uma protagonista feminina pode trazer ao cinema. Algo que também é alcançado pela incrível e sustentada atuação de Johansson.

Lucy mistura elementos de grandes blockbusters, mas consegue pegar o que cada um tem de melhor, culminando em uma produção belíssima, com um tema nunca abordado de maneira tão realista e crível. Não é à toa que Besson passou anos de sua vida estudando o assunto para entregar um material realista e, mesmo controverso, bem convincente. O lançamento em IMAX e salas XD são de encher os olhos e merece ser apreciado.

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Publicado por Conrado Dittrich

Curitibano, 26 anos. Amante de cinema e literatura, é criador dos sites CINEVERSO, LARA CROFT DAILY e RESIDENT EVIL SPACE.

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